17 de fev. de 2023

"... Ele não teve a chance de conseguir."

     São quase quatro anos sem escrever nenhum texto aqui. O motivo? Bem, a vida é composta de dias bons e ruins e, ao longo desse tempo, digamos que não houveram muitos dias bons. Cada vez mais tenho tido dificuldades. Dificuldades estas que, outrora eram coisas banais pra mim. Pensar, criar, sonhar... tem sido cada vez parte de um esforço muito grande. Pra dizer bem a verdade, me peguei a pouco tentando me lembrar do último dia bom que tive: não me lembro. Pra ser bem honesto aqui e, fazendo uma retrospectiva dessa última década, minha vida tem sido composta de renuncias, e cada vez com mais frequência. No início dói... machuca mesmo... sangra! Mas são tantas coisas que fui deixando ao longo do caminho que, hoje em dia, cada uma delas que ficam na beira da estrada é só uma momentânea tristeza. Vira só mais um entulho na pilha de destroços que perdi. Houve um tempo em que eu achei que seria algo momentâneo. Sabe aquela história de dar uma paço pra trás pra dar dois à frente? É... não foi bem assim.

     Olhando pra trás, agora, posso ver que deixei coisas que julgava ser muito importante e realmente eram. Eram parte de mim. Me fazem falta. Prefiro desviar o pensamento para não doer pensando nelas. Há outras que, até eram importantes mas, diante do que ficou, nem me lembro mais. Junto com essas coisas, parte de mim mesmo também ficou. Parte de quem eu era... da minha antiga essência. Havia aqui dentro um cara sonhador. Um cara com vontade de vencer o mundo. De deixar um legado. Queria eu, ser alguém em que, quando as pessoas lembrassem, o fizessem com admiração... orgulho. No presente, não me sinto capaz de conversar com qualquer pessoa. Não me sinto capaz de passar por mais um dia. Me sinto apenas uma unidade no meio de bilhões. Talvez, até menos que isso.

     Já não é uma realidade nada fácil, mas, sempre pode piorar. Há aqueles que diante de algo assim, arrumam forças e seguem. Outros desistem simplesmente. Eu? Não consigo me mover. Há um ecossistema dependente de mim... pro bem e pro mal. Não há forças pra continuar e parar, complicaria demais pessoas por quem abri mão de tudo para terem algo.

     Sempre fui muito realista, apesar de sonhador. Ainda que a cabeça estivesse nas nuvens, sempre procurem planos, estratégias e formas pra viabilizar cada uma das minhas loucuras. Ainda que, num contexto geral, sempre estive muito longe de alcançar meu sonho de legado, sempre esperei aquela oportunidade que daria uma reviravolta na minha vida e, finalmente, chegaria minha oportunidade. Mesmo que difícil, continuava tentando, criando, bolando o "plano infalível" como o cebolinha do Maurício de Souza pra fazer acontecer e, uma a uma, as portas foram se fechando, os amigos se afastando, e, cheguei aqui: Sem forças, sem oportunidade, sem amigos, sem acreditar em mim mesmo... sem esperança. É meu último texto? Talvez... mas, se um dia, houver em cima de mim uma lápide, gostaria de viesse a seguinte frase abaixo do meu nome: "Aqui jaz Matheus Milano. Ele sonhou... Ele acreditou... Ele criou... Ele lutou muito... Ele não teve a chance de conseguir."

14 de jun. de 2019

Perdido

A tristeza tem sido constante, desanimo, falta de força e, quem diria, até de criatividade. Durante um bom tempo eu sabia o motivo dessa fase; que nada! quanto mais penso sobre isso, mais causas encontro, mais motivos percebo e menos soluções e respostas encontro.
Fato que depois de pensar, achar, "desachar", desanimar, me sinto perdido. Como seu estivesse andando há muito tempo em uma estrada que sabia onde daria e, do nada, ir diminuindo a velocidade dos passos, e me perguntando: "Onde estou? Pra onde estou indo?" E mais... num sei se quero continuar indo.... num sei se consigo continuar indo... Mas não que não quero mais me movimentar. Alias, existe em mim um desejo pulsante de me movimentar mas, dessa vez, não sei como e nem pra qual direção. A dúvida é tanta que ela consegue consumir a energia. Ao mesmo tempo que quero não quero. Confuso? sim mas, pra tentar explicar isso melhor, é como seu pra se movimentar e escolher o sentido ideal pra onde se movimentar fosse necessária uma energia chamada força e a busca pelas respostas é tanta que consegue consumir toda a força fazendo com que não saia do lugar.
É algo estranho, eu sei! Mas tudo que posso dizer nesse momento é que não sei se há ou não uma direção correta...

16 de abr. de 2018

O controle remoto

Você sabe onde quer chegar (ou pelo menos acha)... Sabe como fazer (ou pelo menos acha)... sabe de que forma fazer para chegar lá (ou pelo menos acha)... mas não dá!
A sensação de perder o controle da própria vida é incrivelmente dolorosa. Alias, talvez seja daí que venha o nome "controle remoto". É como se a nossa vida fosse controlada por terceiros... Fosse controlada por pessoas que não tem o menor interesse no resultado da nossa vida. Eles controlam baseado no que elas querem pra própria vida delas. E infelizmente para nós, só teremos novamente o controle da nossa vida se conseguirmos tomar o controle remoto da mão dos outros. O problema dessa situação é que, estar com o controle remoto da nossa vida na mão dos outros, normalmente, satisfaz quem nos controla. Se estamos nesse ponto, o que nos cabe é tomar esse controle remoto a força.
Para tomar a força, muitos efeitos colaterais podem acontecer. Muito pode se respingar em nós e em quem segura esse controle. Até em quem está perto.
O que é realmente difícil de avaliar é: Será que existe alguma forma de evitarmos os respingos enquanto fazemos essa tomada? Há alguma forma de recuperarmos esse controle remoto de forma tranquila e límpida e sem culpa? E, já que a vida nossa é realmente nossa, porque a culpa e pegarmos o que realmente é nosso?

29 de out. de 2017

A incompreensão da solidão

Mais de um ano sem escrever... Mais de 7 anos escrevendo neste projeto...
Interessante como, as vezes de forma mais aprofundada e em outras de maneira mais leve, mas o assunto por aqui sempre tem rodeado em torno de um mesmo tema: Solidão. Cada vez que escrevo, abordo este tema (direta ou indiretamente) sob prismas diferentes. Desta vez, quero falar pela ótica da incompreensão!
Percebo, depois de 7 anos, que talvez o que mais me faça sentir sozinho seja porque as pessoas não compreendem o meu ponto de vista, meus objetivos, minha meta ou, pior ainda: talvez eu não consiga fazer com que ninguém entenda.
Fato é que toda luta é difícil. É um desafio. É enfrentar dificuldades em busca de um objetivo. Mais difícil ainda e estar nessa peleja sozinho. Sozinho não; com pessoas do lado que não tem o mesmo foco.
Sinceramente, espero que ou eu consiga sozinho passar por esse caminho ou que eu faça alguém entender a meta e se apaixonar por ela assim como eu porque, desta maneira, torna o caminho um pouco mais fácil e iluminado.

20 de jun. de 2016

Escuridão

As paredes estão se comprimindo e a luz se esvaindo com se fora a tremula água a ferver no fogão da velha cozinha até que se finde no infinito...
Essa é a minha impressão da vida nesse momento. É como se eu estivesse em um pequeno comodo...simples e as paredes ao longo da minha vida de forma paciente e muito lenta fossem se aproximando e a luz calmamente fosse perdendo sua intensidade.
Nesse momento sinto que consigo ver apenas a alguns centímetros diante de mim. A luz já não é suficiente. o espaço já quase não há para eu me mover e o ar está em minguando.
Enquanto havia ar, espaço e luz, me debatia em busca de uma sobre vida mas agora, já não vejo essa possibilidade. As condições são ínfimas. As forças já são coisas apenas da imaginação. Imaginação essa que busca montar histórias pra simplesmente não ver o inevitável: O breu total

21 de mar. de 2016

Incerteza Humana

Como conviver, reagir e administrar a incerteza humana? Alias, Incertezas no plural.
Logo cedo o ser humano é forçado a fazer escolhas. Nessa fase, ainda que importantes, nada que mude drasticamente seu futuro. Com 17 anos, um adolescente é obrigado a escolher e traçar todo o seu futuro escolhendo uma profissão. Mas, como se pode ter certeza dessa escolha e se ela dará certo se nessa idade ainda não sabemos nada da vida? Alias, nem aos 80 anos sabemos nada da vida.
Daí pra frente, as escolhas passam a ser uma constante. Escolhas essas que ao mínimo de inclinação podem mudar radicalmente nossos rumos. Casamento, Profissão, emprego, Religião, Amizades.
Qual o caminho pra escolher a opção certa? Para escolher aquela que será bem sucedida? É nesse momento, uma de várias encruzilhadas que a vida nos apresenta que percebemos a resposta: Não há certeza da opção certa. Temos que pagar pra ver!

24 de jun. de 2015

Apenas só

Talvez, outrora eu já tenha abordado esse tema aqui, mas falar do que sinto não é ter temas inéditos e sim ser verdadeiro. Ao passar dos dias, das dificuldades, dos problemas sinto-me cada vez mais só. Algo importante que aprendi é que não é porque não vejo que determinada coisa não existe. E não é por não ser expressado que não se sente. Vejo-me muitas vezes ou quase sempre obrigado a fingir que nada está acontecendo. Já me vi aconselhando sobre problemas que eu mesmo estava enfrentando. Já me vi medicando doenças que eu mesmo sofria. Precisar de ajuda sem poder procurar torna-me ainda mais só. Solidão fonrada. A solidão na solidão.

12 de ago. de 2014

Cinza!

Sóbrio! Imponente! Delicioso! Assim vejo os dias cinzas. Enquanto algumas pessoas veem nos dias cinzas algo triste, sem força, sem animo, ou até mesmo depressivo, gosto de encarar esse dia como um daqueles que nos convida a sermos forte. Sem oscilações. Perfeito para conseguir. Perfeito para se esforçar. Perfeito para alcançar. O fato do diz estar sem cor, nos traz a possibilidade de colori-lo. E melhor: Segundo nosso gosto e vontade. Podemos escolher se queremos manter o cinza ou trazer os tons pasteis mantando a sobriedade antes vista com algum matiz ou ainda chocarmos com tons fortes enchendo de energia o dia aparentemente apático . Ao meu ver, o dia cinza é a melhor possibilidade de expressão. É a oportunidade de colorirmos segundo nosso gosto.

3 de jul. de 2014

Mais é menos!

Quanto mais o tempo passa, menos tempo temos... Quanto mais experiência adquirimos, menos sabemos... Quanto mais achamos que estamos no controle, menos controlados estamos... A verdade é que a absoluta da matemática que diz que mais com mais é igual a mais, não se aplica na vida. Percebo que a realidade do dia a dia nos mostra cada vez menos experientes, menos sábios, menos entendidos e menos entendedores. Como isso é possível? Sempre ouvi dizer que os mais velhos são experientes, que já passaram por muita coisa na vida mas a medida que vou ficando mais velho sinto-me com menos noção do meu redor. Sendo assim, de que me valeu tudo o que vive? Do que me valeu as experiências? Sinto-me burro... Tolo... Sinto que a máxima da matemática deveria ser a máxima da vida também. Sinto frustração...Sinto que falta sentido!

5 de set. de 2013

O que pensam?

Durante muito tempo me preocupei no que os outros pensavam de mim. Me preocupava em agradar, ajudar, me ofertar, apoiar. As vezes com palavras, As vezes com atitudes, as vezes com meu tempo. No meu caso, nunca para apenas passar uma boa impressão. Sempre porque achava importante ser assim. Sempre de coração. Com o passar do tempo percebi que isso não interessa as pessoas. Não importe o quanto você faça por elas ou em prol do bem delas. Percebi uma característica do ser humano. Somos pré dispostos a jugar negativamente o próximo. acha que exagerei? Explico: Se você faz 10 boas ações para alguém, pode até ser que essa pessoa sinta-se grata. Apenas por certo tempo. Se você pisa na bola e as vezes mesmo sem a intenção de falhar... você nunca mais será esquecido. Nesse momento percebo outra característica humana: Esperamos receber da mesma forma que damos. Sabe o que acontece? Nos frustramos. E agora você pode pensar: "Então é melhor não me doar, não fazer nada pelo próximo...". Aí descubro outra característica mas dessa vez, não de todo ser humano, ou talvez sim... de todo ser humano mas variável... ela se chama caráter! Hoje continuo fazendo pelo próximo. A diferença? Não espero o mesmo pra mim.

21 de jan. de 2013

Felicidade

O que é ser feliz? O que é felicidade? Estive pensando sobre esse assunto e algo me intrigou. Percebi que por mais que já tenha ouvido muitas definições, feitas por pessoas extremamente diferentes, sobre essas perguntas, nenhuma delas me satisfaz. Recorri ao dicionário que me explica:
•Estado de perfeita satisfação íntima;
Tudo bem. Uma definição mas... Como chegamos a esse estado de Perfeita satisfação íntima? Não parece difícil de mais estar 100% satisfeito? Quero dizer, não parece difícil de mais estar satisfeito em todos, eu disse em todos os setores da nossa vida? Emprego, Saúde, Amigos, Casamento, Família, Governo, Conceitos, Escolhas, Hobbies, etc, etc, etc... É... É difícil sim mas... o que fazer? Vamos deixar essa história de ser feliz pra lá? Vamos tentar não importa quanto tempo demore? o que fazer ein? Acho que essa pergunta não tem uma resposta pronta. Acho que é uma resposta individual. Assim também como a primeira pergunta desse texto. Pode até o dicionário tentar definir mas ele não consegue sentir. Não consegue ser. Cabe mesmo a nós escolher o que vamos fazer.

"... Ele não teve a chance de conseguir."

     São quase quatro anos sem escrever nenhum texto aqui. O motivo? Bem, a vida é composta de dias bons e ruins e, ao longo desse tempo, di...